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A nova lei de saneamento – 14.026/2020

Séries da Soluta

A nova lei de saneamento - 14.026/2020

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Durante as últimas semanas publicamos alguns posts em nossas redes sociais, sobre um assunto que deu o que falar em 2020: o novo marco legal do saneamento. Trata-se de uma atualização da política nacional, a qual trouxe muitas mudanças, que foram debatidas exaustivamente, principalmente no período de aprovação entre Câmara e Senado, o que aconteceu durante plena pandemia. Neste post de hoje, traremos o resumo dos assuntos abordados nesta série, com o objetivo de trazer luz a um tema importante e atual. Esperamos que aproveitem a leitura!

Saneamento básico no Brasil: o que sabemos desta história?

É difícil pensar na vida sem água corrente na torneira ou o esgoto tratado, não é mesmo? Mas, quando essa preocupação começou?

As primeiras obras relacionadas ao saneamento por aqui aconteceram no Rio de Janeiro, em 1561, quando um poço foi perfurado para o abastecimento da cidade. Foi lá também que, uns anos depois, construíram os famosos Arcos da Lapa, um aqueduto que viria se tornar um de seus principais cartões postais.

Ao longo dos anos, a população brasileira cresceu muito, o que aumentou a necessidade, principalmente, por acesso à água. Desde 1850, começaram a ser instaladas estações de tratamento em algumas cidades. Nota-se que outros eixos do saneamento, como esgotamento sanitário e tratamento de resíduos permaneceram durante muitos anos sem atenção.

Inicialmente realizados por empresas estrangeiras, esses serviços foram estatizados pela Constituição de 1930, que responsabilizou os municípios pelo saneamento e abastecimento de água. Ao longo das décadas surgiram outras ações, bem como as autarquias e os mecanismos específicos de financiamento, além do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA). Mas, somente em 2007 foi aprovada a Lei Nacional do Saneamento Básico (Nº 11.445), que visou trazer maior esclarecimento sobre a gestão das diretrizes do saneamento e a integração entre os papéis dos governos federal, estadual e municipal.

Em paralelo à lei, dois órgãos foram também criados para fiscalizar e monitorar a execução dos serviços: a ANA (Agência Nacional de Águas) e o (SNIS) Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento.

O Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, também destinou em torno de R$ 70 bilhões em obras relativas ao saneamento. Adicionalmente, em 2016 foi sancionada a Lei nº 13.329, que instituiu o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento do Saneamento Básico.

Arcos da Lapa, Rio de Janeiro.

Afinal, o que é saneamento?

É comum que o saneamento básico seja reduzido a: ter acesso a água e a um esgoto tratado. Mas, estes são apenas alguns elementos que compõem um serviço bem mais complexo.

“Sanear” vem do latim e significa tornar saudável, higienizar e limpar. Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente, com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e a produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica. O saneamento também pode ser visto como a ciência que trabalha a proteção do ser humano e do meio ambiente no qual ele está inserido.

No Brasil, o Saneamento Básico no Brasil está institucionalizado no âmbito do pacto federativo, sendo um direito assegurado pela Constituição. É norteado pela Lei nº 11.445/2007. O saneamento básico é  definido como o conjunto dos serviços, infraestrutura e Instalações operacionais de:

(i) abastecimento de água;

(ii) esgotamento sanitário;

(iii) manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana;

(iv) drenagem urbana e manejos de águas pluviais.

A integralidade destes serviços é um dos princípios estruturantes da política e da gestão integrada do saneamento básico. A Lei nº 12.305/2010 dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos e proporciona avanços para o setor.

É através do sistema de abastecimento que a água chega à sua casa, passando por processos de tratamento que a torna segura para ser utilizada. Ela é captada em mananciais, passa por processos físicos e químicos e, então, é distribuída para as residências, indústrias e estabelecimentos comerciais.

A coleta e o tratamento de esgoto de imóveis e indústrias são essenciais, não só para mantê-lo longe do contato com a população, como também para que ele não polua os rios, lagos e oceanos, prejudicando os ecossistemas aquáticos e terrestres. 

A drenagem e o transporte da água da chuva são realizados por meio das galerias pluviais, que transportam essa água até os mananciais, evitando, assim, alagamentos nas áreas urbanas.

Já a coleta de resíduos sólidos tem um papel importante na manutenção das cidades, pois recolhe o lixo das residências e estabelecimentos comerciais. Os resíduos sólidos podem ser levados para reciclagem, aterros sanitários e, até mesmo, usados para produzir energia elétrica.

Itens do saneamento básico.

Os números do saneamento no Brasil

O acesso ao saneamento básico no Brasil ainda não é uma realidade para todos. Embora seja uma necessidade básica da população, ainda há uma diferença regional muito grande em relação ao acesso a esses serviços no país.

Segundo dados do SNIS, o Brasil está longe da universalização do abastecimento de água – 83,6% da população tem acesso a água. Ademais, entre as regiões brasileiras temos os seguintes percentuais: Norte, 57,1% da população é abastecida com água tratada; Nordeste, 74,2%; Sul, 90,2%; Centro-oeste, 89,0%; e Sudeste, 91,0%.

Outro problema do abastecimento brasileiro é o desperdício, pois 38,5% de toda água distribuída não é contabilizada por causa de vazamentos, ligações irregulares ou falhas de medições. 

A situação é ainda mais precária em relação ao esgotamento sanitário, 53,2% da população brasileira tem acesso a rede. O SNIS mostra que apenas 10,5% da população da região Norte tem acesso a esgotamento; Nordeste, 28%; Sul, 45,2%; Centro-oeste, 52,9%; e Sudeste, 79,2%. De todo esgoto coletado, apenas 46,3% recebe tratamento adequado. 

Cerca de 92,1% da população é atendida com coleta de lixo domiciliar e apenas 38,1% dos municípios dispõem de coleta seletiva. 

Quanto ao sistema de drenagem, em torno de 54,8% dos municípios possuem sistema exclusivo de drenagem, porém 24,6% possuem sistema unitário (misto com esgotamento sanitário). 

Em resumo, o quadro mostra que ainda falta muito a ser feito para melhorar o cenário do saneamento básico no Brasil

Painel do Saneamento Básico no Brasil.

Por que um novo marco legal? Entendendo a Lei 14.026, sancionada em 15.07.2020

Em 15 de julho de 2020 foi sancionada a Lei 14.026, que atualiza o marco legal do saneamento no Brasil. A lei veio do Projeto de Lei (PL) 4.162/2019 e sua votação na Câmara e no Senado, até a aprovação pelo executivo deram o que falar durante esses tempos de pandemia.

Em suma, o novo marco altera alguns dispositivos legais:

Modifica a Lei 9.984/2000, alterando o nome da ANA – Agência Nacional de Águas para Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, atribuindo à autarquia novas competências, dentre elas executar papel de regulação sobre o setor de saneamento.

Altera a Lei 11.107/2005, que trata das normas de contratação. É uma das principais mudanças do marco e fala que municípios e estados não poderão mais ser contratados de forma direta para prestar os serviços de saneamento. A partir de agora, empresas públicas e privadas deverão concorrer em licitações abertas.

Estabelece algumas novas metas:

  • Meta de 99% da população com água potável em casa até dezembro de 2033
  • Meta de 90% da população com coleta e tratamento de esgoto até dezembro de 2033
  • Novos prazos para o encerramento de lixões no país, variando entre 31/12/2020 a 02/08/2024, a depender da situação do município.

As motivações do novo marco legal giram em torno das afirmações de que o saneamento básico no Brasil, como é hoje, não atende às necessidades da população. O assunto gerou e ainda está gerando muita discussão entre políticos, especialistas e a comunidade em geral, principalmente por algumas preocupações principais:

  • Com maior privatização, populações menos favorecidas ou mais isoladas terão garantia de seus serviços?
  • Os novos investimentos suprirão os déficits do setor?

Saneamento é um tema complexo e por isso merece a atenção da sociedade e todos os seus atores. Nos próximos posts, vamos explorar um pouco mais os argumentos de cada lado da moeda. Não deixe de acompanhar!

A defesa: Quanto mais investimentos, maior a universalização dos serviços.

O argumento principal de quem apoia o novo marco legal diz respeito à necessidade de maiores investimentos no setor para ampliar o atendimento. Segundo este pensamento, isso será possível a partir de alguns mecanismos de flexibilização da privatização.

Atualmente apenas 6% da rede de água e esgoto é gerida por empresas privadas. No cenário atual o acesso aos serviços ainda é bastante limitado e o nível de investimento no setor é muito baixo.

Segundo a nova Lei 14.026/2020, empresas públicas não poderão mais ser contratadas diretamente para executar os serviços de saneamento. Municípios ou estados terão que fazer uma concorrência aberta a empresas privadas, por meio de licitação, e as interessadas terão que se comprometer com a meta de universalização dos serviços.

 O relator da proposta no Senado, Tasso Jereissati, afirmou que o propósito do projeto é universalizar a prestação de serviços de saneamento no Brasil. Ou seja, garantir o acesso de todos os municípios a água tratada e coleta de esgoto. Para que isso ocorra até 2033, ele estima serem necessários entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões em investimentos.

O novo marco legal veio com uma forte base de apoio, além do relator da proposta- Tasso Jereissati, a Confederação Nacional da Indústria – CNI também comemorou sua aprovação, alegando que o novo marco poderá trazer modernização, aumento de investimentos e geração de empregos.

A Lei estabelece que áreas “menos atraentes” do ponto de vista econômico, serão concedidas juntamente daquelas “mais atraentes”, como forma de acelerar o investimento em regiões mais pobres, e garantir, dessa forma, que as populações mais vulneráveis também tenham acesso aos serviços de qualidade

 O aumento da participação do setor privado atrai investimentos ao setor, tende a melhorar a qualidade e eficiência dos serviços.

A oposição: vão privatizar a água no Brasil?

A aprovação do Novo Marco Legal do Saneamento não ocorreu sem lançar algumas faíscas. Como já explicamos em posts anteriores, a proposta é universalizar os serviços de saneamento básico no país até dezembro de 2033. Parece muito tempo, mas vamos pensar que ainda temos muitas pessoas desabastecidas, o que incorre em grandes quantias de investimento.

A aposta do novo marco é que concorrência com empresas privadas vai obter os recursos necessários para atingir esta meta. No entanto, essa afirmação foi bastante criticada por profissionais de diversos segmentos, principalmente devido ao seguinte questionamento: será garantido o acesso aos serviços à população mais pobre ou situada em locais mais isolados?

Por um lado, os números mostram que empresas privadas investem 2,5 a mais do que empresas públicas em saneamento. Por outro, um dos vetos presidenciais à nova lei referiu-se aos chamados “blocos”. E como funciona? Para atingir municípios menores e com poucos recursos, fazia-se o uso do “subsídio cruzado”. Assim, as grandes cidades atendidas por uma mesma empresa ajudam a financiar a expansão do serviços nestas cidades mais afetadas. Na nova lei, a proposta alternativa ao subsídio cruzado seria possibilitar a formação de blocos, ou seja, um conjunto de prefeituras poderia contratar o serviço de forma coletiva.

No veto, deixa de existir a obrigatoriedade da União em apoiar com dinheiro e assistência técnica a organização e formação desses blocos, o que pode prejudicar a contratação de serviços para essas regiões.

Nesta série, estamos tentando mostrar os prós e contras de uma legislação tão debatida. No próximo post, falaremos de alguns exemplos no mundo em que se ampliou a privatização destes serviços. Não deixe de acompanhar.

Segundo a iniciativa Water Justice, algumas comunidades em diferentes locais do mundo estão repensando a privatização, como é o caso de Paris.

Embora já tenha sido esclarecido que: 1) Precisamos melhorar os serviços de saneamento e 2) O setor precisa de investimentos, alguns exemplos ao redor do mundo são importantes para nortear a privatização.

A iniciativa “Water Justice”, organização que busca alternativas à privatização, passou a mapear locais nos quais a remunicipalização destes serviços começou a ocorrer, através do Water Municipalization Tracker. Segundo eles, nos últimos 15 anos, mais de 235 cidades em 37 países optaram por esta alternativa.

O estudo “Our Public Water Future: The global experience with remunicipalisation” trouxe diversos exemplos, dentre os quais:

Atlanta, Estados Unidos: problemas na privatização, com redução de equipe, aumento de tarifas e piora na prestação de serviços;

Paris, França: a reestatização, em 2010, trouxe uma economia de 35 milhões de euros por ano e uma redução de 8% na tarifa;

Berlim, Alemanha: retomada do poder público por receio da população pelo aumento de tarifas com o setor privada.

Manaus, Brasil: com a privatização, o serviço esteve entre os piores índices de reclamação e com atendimento de menos de 20% do município.

É necessário entender que toda alternativa tem pontos positivos e negativos. Mas, estudar experiências passadas é essencial para melhorar a tomada de decisões para uma real implantação de um marco regulatório. No Brasil, muitas vezes fazemos boas leis, mas não as executamos como deveríamos. 

É fato. O saneamento no Brasil precisa melhorar.

Segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), de 2010, os municípios brasileiros deveriam cumprir as metas de universalização dos serviços à população até 2033. Além do Plansab, o Brasil é signatário dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O país tem prazo até 2030 para oferecer água e esgoto a toda a população. Mas estes prazos estão longe de serem cumpridos. 

Conforme estudo divulgado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), menos de 100, das 5.570 cidades brasileiras, estão próximas da universalização dos serviços de saneamento. 

Um estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, baseia-se nos 100 maiores municípios do Brasil e aponta que 16,38% da população do país não tem acesso a abastecimento de água, o que equivale a 35 milhões de pessoas. Além disso, 46,85% não dispõem de cobertura da coleta de esgoto, o que representa mais de 100 milhões de pessoas. Ainda segundo o documento, o volume de esgoto no Brasil é um desafio, pois somente 46% é tratado. 

O Norte é a região onde menos pessoas têm acesso à coleta de esgotos, cerca de 10,45%; da população. Grandes municípios, como Ananindeua, Porto Velho e Belém, não tratam os esgotos. 

Quando falamos de resíduos sólidos, segundo relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), de 2018, há cerca de 3 mil lixões em funcionamento no País, em cerca de 1.600 cidades. O novo marco do saneamento básico, postergou para 31 de dezembro de 2020 o prazo para o fim dos lixões, estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010, cujo prazo anterior era até 2014.

A pandemia do novo coronavírus escancarou ainda mais a precariedade do saneamento básico no Brasil. Medidas de higiene, como lavar as mãos estão entre as formas mais importantes de combate à doença.

Com tantos problemas apresentados, metas estabelecidas não cumpridas, grande parte da população desatendida, fica evidente a necessidade de maior agilidade na implantação de ações para a universalização dos serviços de saneamento do país. As dúvidas que surgem são: Há solução ágil de acordo com as necessidades atuais? Todas as pessoas terão acesso a este serviço essencial? E quem vai pagar esta conta?

Saneamento e saúde andam juntos!

Em um país onde ainda há milhões de pessoas que não possuem acesso a um serviço de saneamento adequado, não é mera coincidência encontrar dados alarmantes de saúde pública.

Infelizmente esse é o cenário presente no Brasil há muitos anos. Basta falar em dengue, febre amarela e tantas outras doenças para lembrar que estamos longe de colocar um fim nas epidemias causadas por saneamento deficiente. O aumento no número de internações e a superlotação de hospitais, principalmente em regiões pobres do país, também são reflexo de serviços ineficientes de coleta de lixo e tratamento de água e esgoto.

Se você acompanhou toda essa série sobre saneamento, já sabe que quase metade da população brasileira convive com essa questão. Essas pessoas compõem ainda as estatísticas da ONU que apontam 15 mil vítimas fatais todos os anos e 350 mil doentes devido à falta de saneamento.

Como se não fosse o bastante, 2020 trouxe ainda um desafio extra para a saúde pública no Brasil. Frente à pandemia do coronavírus, em que medidas de higiene são fundamentais para minimizar o contágio, o saneamento deficiente mais uma vez aparece como fator preocupante. Além disso, existem outras linhas de pesquisa sobre o coronavírus desenvolvidas pela USP em que é investigada a relação entre doentes e nível de saneamento, uma vez que já foi reconhecido o risco de contaminação fecal-oral. Com isso, o que podemos esperar de áreas onde o saneamento ainda é precário, como em alguns municípios das regiões norte e nordeste do Brasil?

É fato que saneamento está intimamente ligado à qualidade da saúde pública, assim como é incontestável a existência de outros fatores interferentes. A gestão de recursos não passa despercebida nisso, sendo que a OMS divulgou dados que revelam que para cada 1 dólar investido em água e saneamento, economiza-se 4 em saúde.

O ponto chave é que ainda há muito o que ser feito para prover saneamento completo à população brasileira. O novo marco legal tem exatamente essa necessidade como a sua motivação principal e traz à tona uma discussão muito válida e indispensável.

Chegamos ao fim desta série de posts. Espero que tenham gostado e que tenhamos contribuído com a sua compreensão sobre essa legislação nova e de suma importância nas nossas vidas.

Mudanças Climáticas foi o primeiro tema escolhido para a nova proposta de séries da Soluta.

A série foi uma colaboração entre todos os consultores associados Soluta. Conheça a nossa equipe.

Vale lembrar! A Soluta tem expertise em temas relacionados a saneamento, entre projetos de efluentes e gestão de resíduos sólidos. Não deixe de nos consultar para buscar soluções para o seu empreendimento.

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UM GIRO PELAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

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UM GIRO PELAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

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Em julho de 2020, a Soluta começou um projeto de série temáticas, com o objetivo de trazer conteúdo crítico e atual, sobre temas importantes em meio ambiente e sustentabilidade. Pra começar, desenvolvemos o tema Mudanças Climáticas, agora apresentado em alguns tópicos relevantes para a compreensão do todo. Esperamos que aproveite a sua leitura!

O clima sempre mudou, mas por que agora isso é um problema?

Nós sabemos que o clima muda. Tente se lembrar do que já viu sobre Roma Antiga, por exemplo. Provavelmente te vem à cabeça imagens de pessoas com roupas leves, como vemos em diversos quadros e esculturas. Agora, continue pensando na Itália. Você também deve se lembrar de quadros nos quais as pessoas usam roupas pesadas e o tempo parece bem frio. Essas mudanças são naturais, lentas e sempre aconteceram.

Entretanto, não é desse tipo de mudança climática que vamos falar e sim de uma muito rápida, intensa e que não é natural. Desde que começamos a usar combustíveis fósseis de forma excessiva, passamos a liberar gases na atmosfera que contribuem para o aumento da temperatura e, consequentemente, um desbalanço do sistema climático. Essa interferência humana no planeta é um dos maiores desafios atuais devido sua velocidade e intensidade. Por ser rápida, ela não permite que nos adaptemos. Por ser intensa, ela aumenta nossa vulnerabilidade. Na prática, isso significa que colocamos em risco a sociedade atual em que vivemos. Se um local que normalmente é frio passa a ser quente de forma rápida, o que acontece com as pessoas? Com os cultivos naquela região? Os animais nativos? 

97% dos cientistas concorda que a mudança climática é causada pelos seres humanos​

Já há consenso entre os cientistas que estudam o clima que as mudanças climáticas tem o dedo da nossa sociedade. Ou seja, elas estão diretamente relacionadas às chamadas atividades antrópicas. O IPCC, em seu quinto relatório (2013), afirmou: “ “É extremamente provável [95% de certeza] que a influência humana tenha sido a causa dominante do aquecimento observado desde meados do século XX”.

Os números falam por si: desde que o início da Revolução Industrial, a concentração de CO2 atmosférico (dióxido de carbono – principal gás de efeito estufa) aumento de 280 para 410 parte por milhão. Ainda, durante as últimas cinco décadas, o aumento tem sido exponencial: 1,5 ppm ao ano na década de 90 e, respectivamente, 2 e 2.4 ppm ao ano nas entre 2000-2010 e 2010-2018.

Ainda assim, há quem acredite que a mudança climática faz parte da natureza. A este grupo, atribui-se o nome de “Céticos do Clima”, que costumam utilizar alguns argumentos como “o clima já mudou várias vezes”, “já houve anos mais quentes”, “O CO2 é bom pra vida na terra”.

A ciência do clima tem um nível considerável de imprecisão. No entanto, existe uma união jamais vista para tratar de um assunto de impacto global e necessidade urgente de ação. Pensando em responsabilidade socioambiental e, no Princípio da Precaução – regente de qualquer governo, entidade, empresa ou indivíduo associado aos temas de meio ambiente e sustentabilidade, é melhor acompanhar o consenso da ciência, não é mesmo?

Impactos das mudanças climáticas. Fonte: Planeta Sustentável.

E quem são os principais "donos" dos impactos?

O IPCC – Painel Intergovernamentall sobre Mudança do Clima divulga os resultados de emissões no mundo. O setor energético é, em escala global, o principal contribuinte para as mudanças climáticas, pela forma de geração da energia e por sua demanda ser sempre crescente (resultado do aumento da população, eletrificação e avanço industrial). A maior parte da energia do mundo é gerada através da queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral). Esses combustíveis são resultado de milhares de anos de acumulação de matéria orgânica no solo, retendo um importante composto químico, o carbono. Para serem utilizados é necessário que passem por um processo de queima e é isso que vem liberando, ano após ano, gás carbônico, um dos principais responsáveis pelas mudanças climáticas. Outro importante contribuinte é a agropecuária, responsável por dois processos distintos. O primeiro é a emissão natural de metano pelos animais, então, quanto maior a quantidade de animais, maiores são as emissões. Segundo porque para alocar esses rebanhos, para alimentar tanto os animais como os seres humanos, precisamos de espaço e para isso transformamos áreas, como florestas, em pastos e regiões de cultivo. Essa mudança no uso do solo está diretamente relacionada com desmatamento e queimadas. O desmatamento faz com que haja uma diminuição de importantes absorvedores de carbono, as árvores. E as queimadas, além disso, liberam durante o processo gás carbônico. 

Fonte: IPCC, 2014.

Não existe Planeta B: é hora de mitigar e adaptar

Diante das mudanças climáticas podemos ter dois pensamento. O primeiro é: como evitamos? A forma de evitar as mudanças climáticas é o que chamamos de mitigação. Assim, nós trabalhamos ativamente na redução das emissões de gases que contribuem para esse fenômeno. Isso pode ocorrer através da substituição de fontes de energia, ou seja, diminuir ou zerar o uso de combustíveis fósseis, trocando para fontes como eólica e solar. Outro processo de mitigação é o combate às queimadas e desmatamento. 

A segunda pergunta é: o que podemos fazer se elas já estão acontecendo? Aqui entra outro processo, o de adaptação. Nos adaptar significa criar condições para lidarmos com os impactos das mudanças climáticas. Em termos práticos, aplicamos medidas como aumentar a resiliência de cidades aos crescentes fenômenos climáticos extremos, como enchentes e secas.

O Acordo de Paris, que é o tratado firmado em 2015, com o objetivo de conter o aumento médio da temperatura da atmosfera terrestre, para que fique abaixo de 2ºC ou, preferencialmente, 1,5ºC, pois é o limite de segurança apontado pela ciência, para que efeitos irreversíveis deixem de ocorrer. A janela para que isto ocorra é o ano de 2030. No acordo, medidas de adaptação e mitigação são solicitadas a cada um dos 196 países signatários e pontuadas através de suas Contribuições Nacionalmente Designadas (ou NDCs).

Algumas medidas podem ser mencionadas, como: investimentos em novas tecnologias e infraestrutura, construção de capacidade de resiliência em áreas vulneráveis, transição energética para fontes alternativas, alterações nos hábitos de consumo, apoio à economia circular, dentre outros.

Como sociedade, temos o direito e a obrigação de conhecer e cobrar ação de nossos governantes.

Pandemia e mudança do clima: tem alguma coisa a ver?

Falar de pandemia e mudanças climáticas é falar de dois tópicos. O primeiro é a atual pandemia de Sar-Cov-2. O segundo é o impacto das mudanças climáticas em pandemias futuras. 

1 – A mídia noticiou muito sobre como a poluição diminuiu durante as medidas de restrição de mobilidade. Algumas pessoas chegaram a pensar: será que conseguimos diminuir um pouco as mudanças climáticas por termos diminuído as emissões? E a resposta é, infelizmente, não. A diminuição das emissões que vimos durante esse período precisam ser mantidas daqui pra frente para que vejamos um impacto real no combates às mudanças climáticas. 

2 – É esperado que as próximas pandemias estejam relacionadas às mudanças climáticas. Isso pode acontecer de diversas formas. Uma delas é através da continuidade do desmatamento. Dentro de florestas há milhares de vírus e bactérias que vivem em equilíbrio, entretanto, os processos de destruição expõem os seres humanos a esses vírus tanto por nós ocuparmos os espaços deles quanto por uma intensificação da migração de espécies para outras regiões. Outro problema que pode dar origem a uma próxima pandemia é o derretimento das geleiras. Elas são grandes repositórios de vírus e bactérias que nunca tivemos contato e que não temos ideia de como podem interagir com os seres humanos. 

Com isso, é possível perceber que Mudanças Climáticas são muitos mais complexas do que parecem e que, eventualmente, podem ocasionar alterações em muitos âmbitos da sociedade, justificando todo o cuidado, atenção e ação na temática.

Confira no Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.

Refugiados do clima: um novo tipo de vulnerabilidade

Falamos em impactos causados pelas mudanças climáticas, certo? Pois então. Porque as mudanças climáticas podem ocasionar tais impactos, elas podem tornar certas localidades mais vulneráveis às suas consequências. O IPCC determina que a vulnerabilidade se dá pelo nível de reação de um determinado sistema para uma mudança específica, que varia em função de alguns fatores, parte relacionada ao impacto em si – dimensão/proporção da mudança – e parte relacionada à capacidade de resiliência do sistema afetado.

Assim, o pior dos casos, ou seja – mais vulnerável – consiste em locais mais susceptíveis ao impacto, tanto fisicamente (condição geográfica), quanto politicamente (condição de adaptação). 

Em 2020, vivenciamos o caso de Ioane Teitiota, natural de uma ilhota ao norte de Tawara, (República de Kiribati, Oceano Pacífico). Ioane vivia com sua família em Tawara, desde 2002, onde viviam da pesca e agricultura de subsistência. A ilha foi gradativamente atingida pelos efeitos das mudanças do clima, sendo afetada pelo aumento do nível do mar, o que resultou em avanços da água salgada sobre a terra, alterando as condições do solo e reduzindo a oferta de água potável. Isso tudo trouxe aumento das taxas de desemprego, disputas por terra e consequente aumento da violência.

Em uma situação insustentável, Ioane e sua família foram para a Nova Zelândia, em 2013, pedindo ao governo o abrigo como refugiados. Contudo, mais recentemente o governo neozelandês não acatou o pedido, solicitando a deportação para Kiribati. Em 2015, Ioane escreveu à ONU, denunciando a Nova Zelândia por tê-lo deportado, alegando que o país havia violado o seu direito à vida.

Enfim, em janeiro deste ano, o Comitê de Direitos Humanos da ONU acatou a sua solicitação e determinou que os países não podem deportar pessoas que pedem refúgio por sentir que sua vida está imediatamente ameaçada por eventos relacionados à crise do clima.

Ioane foi o primeiro caso internacional a conseguir seu direito como refugiado do clima. Mas, muitas outras pessoas são anualmente afetadas por questões ambientais. A ONU estima que este número pode ultrapassar 200 milhões de pessoas até 2050.

E por falar em passar a boiada… Cerca de 70% das emissões no Brasil está relacionado à agroindústria e ao desmatamento.

Como já dissemos, o maior contribuinte das mudanças climáticas globalmente é o setor energético. Entretanto, no Brasil a situação é diferente, já que quem mais contribui é a agropecuária. O principal motivo é o fato do rebanho de gado ser maior do que a população brasileira. Isso implica, diretamente, em espaço para pasto e para cultivo de alimento para esses animais. Ambos processos mudam o uso do solo. Isso pode ocorrer tanto pelo desmatamento de florestas quanto pelo desmatamento associado às queimadas. Além disso, o gigantesco rebanho, principalmente de bovinos, colabora diretamente emitindo gás metano. 

Nos últimos meses temos visto que esse processo se acelerou. A boiada tem avançado ainda em nossa rica floresta Amazônica, destruindo uma biodiversidade inestimável e fazendo com que o Brasil ande na contramão da redução de emissões durante a pandemia. No primeiro trimestre de 2020 a Amazônia apresentou nível recorde de desmatamento, totalizando uma área de 796 km² entre janeiro a março. Esse fato foi não usual, tendo em vista que este período costuma ser o que apresenta os níveis mais baixos, devido às chuvas fortes que marcam o inverno amazônico, dificultando a propagação de incêndios e a própria operação de desmate.

O valor apurado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe equivale a cerca de 80 mil campos de futebol e representam um aumento de 51% em relação aos 3 primeiros meses de 2019.

Vale lembrar que além de ocasionar emissões, a perda de cobertura vegetal também impacta em uma diversidade de serviços ecossistêmicos, tais como a regularização climática, hídrica, manutenção da qualidade do solo e águas subterrâneas, dentre outros diversos benefícios que se detém da existência da floresta em pé.

Fonte: SEEG, 2019.

Não é só no futebol que o Brasil pode brilhar. Temos muito a crescer com a transição energética e a economia de baixo carbono.

O Brasil sempre teve tudo pra ter papel de protagonista na transição para um mundo mais consciente no uso de seus recursos naturais. Em 1992, sediou um dos principais encontros na linha do tempo do desenvolvimento sustentável, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Também conhecida com ECO-92, a conferência sediada no Rio de Janeiro gerou importantes resultados, dentre eles:

  • A Agenda 21, uma espécie de acordo estabelecido entre 179 países, com o objetivo de elaborar estratégias em prol do desenvolvimento sustentável;
  • O fortalecimento da Convenção Quadro Sobre Mudanças Climáticas, que viria, alguns anos depois, a consolidar o primeiro acordo internacional sobre o clima, o Protocolo de Quioto.

O Brasil também sempre foi muito representativo nos mercados de carbono, estando entre os três principais fornecedores de redução de emissão de gases de efeito estufa ao longo dos anos.

No quesito energia, o Brasil apresenta bons resultados. 47% das nossas fontes energéticas são renováveis e, no setor elétrico, este número chega aos 80%. Nos últimos 10 anos, o país também esteve entre os principais investidores de energia eólica no mundo, além de ver o ganho de espaço de outras fontes, como a solar, tanto na geração distribuída, quanto centralizada. 

Nos biocombustíveis, o Brasil sempre teve forte representação com o etanol e biocombustíveis, que fazem parte da mistura obrigatória dos combustíveis convencionais (gasolina e óleo diesel).

Muitos desses pontos são ameaçados por decisões estratégicas, como o extremo investimento em fontes fósseis, como reservas de óleo e gás, ou os avanços no desmatamento. Mas, o Brasil já mostrou que pode assumir uma liderança ambiental no planeta. Basta força política e organização da sociedade, para lutar pela retomada deste protagonismo em um novo contexto econômico e social.

Como já disse Greta: "Nunca somos pequenos demais para fazer a diferença”

Nos últimos tempos, tem sido difícil não escorregar para os pensamentos apocalípticos. Estamos vivenciando o cenário de um mundo derretido, permeado de crises sociais, econômicas, políticas, além de lidar com uma pandemia extremamente preocupante.

Além disso, a mensagem é clara: não temos muito tempo. Este ano, entramos na mais importante “janela” de ação climática. O que fizermos daqui até 2030, segundo os principais cientistas do mundo, poderá definir o futuro do planeta. 

Movimentação de jovens pelo clima. Fonte: DW.

No entanto, não só de notícias ruins vive o mundo. Contamos uma geração consciente de seu papel em uma nova estratégia para a humanidade. Greta Thunberg, a jovem sueca de 17 anos, representa a motivação de muitos outros “jovens pelo clima”. 

O movimento Fridays for Future nasceu em 2015 e vem ganhando espaço, além de oferecer uma plataforma para dar voz às demandas referentes à questão climática, através de centenas de protestos organizados. Outros movimentos, como o Sunrise Movement, proporcionam ações no compromisso com o clima, além de promover a geração de empregos entre jovens. A UNICEF também conta com um plano de apoio à esta juventude, através de seus programas, denominado Youth Action

Embora engajados, os jovens não podem ser os únicos preocupados com o futuro. Muitos de nós ainda estarão por aqui por bastante tempo e, mesmo que não estivermos, temos a obrigação de pensar nas gerações futuras, algo que volta algumas décadas no próprio conceito da sustentabilidade. A atriz Jane Fonda é uma das pessoas que tomou consciência disso – persistente “protestante pelo clima e pelo planeta” mesmo após os seus 80 anos de idade.

Mudanças Climáticas foi o primeiro tema escolhido para a nova proposta de séries da Soluta.

A série foi uma colaboração entre:

  • Ana Luiza: meteorologista pela USP, mestre e doutoranda em planejamento de sistemas energéticos pela UNICAMP.
  • Elisa Guida: sócia diretora da Soluta, engenheira ambiental, especialista em mudanças climáticas e mestre em planejamento de sistemas energéticos pela UNICAMP.

Vale lembrar! A Soluta tem expertise em temas relacionados à mudanças climáticas, tais como: 

  • Gestão de emissões, incluindo inventários de emissões, planos de ação e monitoramento e estratégias específicas;
  • Cenários de riscos e oportunidades em mudanças climáticas;
  • Certificações, como projetos de créditos de carbono e certificações.

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3 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS E COMO OBTÊ-LAS

CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL

3 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS E COMO OBTÊ-LAS

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Nos dias de hoje, ser uma empresa ou organização sustentável faz parte de uma estratégia essencial para um bom posicionamento de mercado. A empresa não responde mais apenas aos seus investidores, mas aos chamados stakeholders, que consistem em toda a cadeia de fornecedores, consumidores e a sociedade como um todo, representando as “partes interessadas”.

A busca pela responsabilidade socioambiental no mundo corporativo vem deixando de ser vista como “custo”, uma vez que traz a oportunidade de gerenciar riscos e oportunidades e melhorar o posicionamento da empresa em um contexto globalizado.

Neste sentido, as certificações ambientais garantem e legitimam que a organização se enquadra em ações de sustentabilidade, podendo atender demandas e necessidades específicas de empreendimentos que geram produtos ou que prestam serviços.

Como obter uma certificação ambiental?

O processo de obtenção de uma certificação ambiental pode variar, a depender da entidade pela qual se irá submeter a este processo.

De maneira geral, o empreendimento deverá seguir normas específicas, que geralmente são elaboradas por fóruns colaborativos, que envolvem especialistas do setor, autoridades acadêmicas e públicas.

Posteriormente, a empresa solicita uma auditoria através de organizações certificadoras habilitadas para fazer este trabalho e acreditadas pelas entidades que criaram a norma.

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Cinco passos básicos para a obtenção de uma certificação ambiental. Fonte: Sebrae, 2015.

Principais vantagens da certificação ambiental

Listamos abaixo as principais vantagens da certificação ambiental para empreendimentos:

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As vantagens da certificação ambiental.

Quais as principais certificações ambientais existentes?

No Brasil, atualmente, existem mais de 30 certificações verdes, que abrangem os mais diversos tipos de mercado, tais como o setor agropecuário e florestal (através de selos como FSC, IBD e ECOCERT) e até mesmo o setor imobiliário (PROCEL Edifica, e os selos já abordados pelo blog da Soluta LEED e AQUA HQE)

Trazemos para este conteúdo 3 certificações ambientais mais conhecidas e importantes que atendam a demanda da maioria dos empreendimentos, por serem principalmente relacionadas a melhoria contínua em toda a gestão do empreendimento.

ISO 14001 – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

A ABNT NBR ISO 14001 foi criada em 2004 e é uma norma reconhecida internacionalmente. Funciona como uma ferramenta para definir os requisitos para a implantação de um sistema de gestão ambiental em um empreendimento.

A ISO, sigla em português que significa Organização Internacional para Padronização, é uma rede de institutos de padronização que envolve vários países, cria e revisa certificações. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) representa o Brasil nos comitês junto à ISO.

Como mencionado anteriormente, a ISO 14001 é focada na gestão ambiental da empresa e ajuda a identificar, gerenciar, monitorar e controlar questões ambientais de maneira holística.

A ABNT NBR ISO 14001 foi criada de modo que atenda os diversos ramos do mercado e da sociedade e se adequa a empreendimentos de qualquer porte, podendo abranger também organizações sem fins lucrativos ou governamentais.

Abrange a necessidade do processo de melhoria contínua e “exige que as empresas considerem todas as questões ambientais relativas às suas operações, como a poluição do ar, questões referentes à água e ao esgoto, a gestão de resíduos, a contaminação do solo, a mitigação e adaptação às alterações climáticas e a utilização e eficiência dos recursos” (ABNT, 2015).

Assim como as outras normas da ABNT são revisadas, a ISO 14001:2015 é a versão mais atualizada da ferramenta e inclui as mais recentes tendências, como o crescente reconhecimento por parte das empresas da necessidade de levar em consideração os elementos internos e externos que influenciam seu impacto ambiental, como por exemplo, a volatilidade do clima e o contexto competitivo em que estão inseridas. As alterações também asseguram que a norma seja compatível com outras normas de sistemas da gestão.

Conforme esclarecido pelo site da ABNT, a certificação ABNT NBR 14001:2015 não é obrigatória, no entanto, a certificação independente – nas quais um órgão independente auditora suas práticas com base nos requisitos da norma – é uma forma de demonstrar aos compradores, clientes, fornecedores e outras partes interessadas que a empresa implementou a norma de forma adequada. Além disso, para algumas empresas, isso ajuda a demonstrar a forma como cumpriram as exigências regulamentares ou contratuais.

RÓTULO ECOLÓGICO DA ABNT

O Programa de Rotulagem Ambiental da ABNT foi desenvolvido em 1995 e se trata de uma certificação ambiental de caráter voluntário, com fins de atestar a conformidade de produtos ou serviços que são avaliados com base em critérios múltiplos previamente definidos em normas.

Entendida como uma certificação ambiental de terceira parte ou Rótulo Tipo I, neste modelo é levado em consideração o ciclo de vida dos produtos, objetivando a redução de impactos negativos causados no meio ambiente em todas as etapas do ciclo de vida destes produtos: extração de recursos, fabricação, distribuição, utilização e descarte.

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O Ciclo de Vida de um produto.

O objetivo principal da Rotulagem da ABNT é o estímulo a procura e oferta de serviços e produtos ambientalmente responsáveis e fornecer a garantia ao consumidor da confiabilidade das informações.

Essa confiabilidade é garantida através do trabalho da ABNT, que é a única entidade membra plena do Global Ecolabelling Network (GEN), na América do Sul. O Global Ecolabelling Network (GEN) fundado em 1994 é uma entidade mundial sem fins lucrativos que representa as maiores instituições de Rotulagem ambiental do mundo.

A ABNT conta com um comitê técnico que tem a responsabilidade de aprovar e revisar os critérios utilizados para a concessão do Rótulo Ecológico ABNT. Este comitê é formado por representantes de todas as partes interessadas. Cabe ressaltar a participação de importantes entidades governamentais, representantes dos consumidores, comunidade científica e os setores industriais específicos.

SISTEMA B

O Sistema B é também um movimento que pretende disseminar um desenvolvimento sustentável e equitativo através da certificação de empresas no âmbito global.

As empresas que aderem a esta certificação são chamadas “Empresas B”, e medem seu impacto socioambiental e se comprometem de forma pessoal, institucional e legal a tomar decisões considerando as consequências de suas ações em longo prazo na comunidade e no meio ambiente. Devem assumir com responsabilidade de realizar mudanças usando a força do mercado para solucionar problemas sociais e ambientais.

O conceito das “B Corps” foi criado pelo B-Lab nos EUA em 2006, com a proposta de redefinir o sucesso para os negócios. No Brasil, esse conceito chegou há pouco tempo, liderado pelo Comitê pela Democratização da Informática (CDI) em parceria com o Sistema B, fundação representante do movimento na América Latina.

Para receber a certificação, as empresas devem cumprir altos padrões de performance e são avaliadas através de um processo que analisa cinco principais áreas: Governança, Trabalhadores, Clientes, Comunidade e Meio ambiente.

As etapas para a obtenção da certificação Sistema B, seguem abaixo:

Requisitos para se tornar uma Empresa B. Fonte: Site Sistema B.

Maiores detalhes sobre os passos para uma empresa se tornar uma Empresa B podem ser conferidos no site do Sistema B.

Continue curioso! Veja algumas das referências utilizadas neste texto, bem como links para consulta de maiores informações:

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10 CUIDADOS AMBIENTAIS AO PLANEJAR UM NEGÓCIO

GESTÃO AMBIENTAL DE EMPRESAS

10 CUIDADOS AMBIENTAIS AO PLANEJAR UM NEGÓCIO

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O acesso a um meio ambiente equilibrado é um direito de todos, que está assegurado pelo Art. 225 da Constituição Federal. É dever do poder público e da coletividade defender e preservar um ambiente saudável, de uso comum do povo, contribuindo dessa forma para a qualidade de vida das atuais e futuras gerações.

Dito isto, ressalta-se a importância da preservação do ambiente, tanto no âmbito pessoal como no coorporativo. A cada dia, as empresas são mais cobradas pela sociedade e por seus clientes a buscar a responsabilidade ambiental e a sustentabilidade de seu negócio.

Além disso, agir e pensar de forma sustentável, preocupando-se com os impactos ambientais do seu empreendimento pode surtir efeitos positivos em termos de se alcançar sucesso e competitividade em um mercado cada vez mais exigente quando se trata da preservação do meio ambiente.

Por isso, separamos no post de hoje 10 dicas que podem ser muito úteis ao pensar e planejar um novo empreendimento:

1. Conhecer e cumprir com os requisitos legais ambientais aplicáveis

Estar em acordo com as exigências legais é, sem dúvidas, o primeiro cuidado ambiental que qualquer empreendedor deve tomar. Antes mesmo de serem iniciadas as operações, o empreendedor deve buscar se regularizar através da obtenção das licenças e demais regularizações necessárias.

Existem diversas regularizações que podem ser necessárias a um empreendimento, a primeira delas é o licenciamento ambiental, nele o órgão ambiental irá avaliar a viabilidade da localização e operação das atividades pretendidas.

Outros requisitos legais ambientais também são importantes e podem ser necessárias para seu empreendimento, como a inscrição da atividade no Cadastro Técnico Federal do IBAMA, ou ainda licenças específicas, como da ANVISA e obtenção de Outorgas do Uso de Água.

Para saber quais as regularizações são necessárias para seu empreendimento, é sempre importante contratar um profissional ou uma consultoria especializada.

2. Fazer escolhas conscientes

Além de estar dentro da lei, outras questões possuem igual importância no que se refere à sustentabilidade de um empreendimento, tais como a localização, os móveis e equipamentos que serão adquiridos.

Opte, sempre que possível, por estar o mais próximo de seus clientes, isso facilita o deslocamento.

Adquirir moveis e equipamentos de fontes ambientalmente responsáveis é outra maneira de corroborar para a sustentabilidade de seu negócio. Para saber se seus fornecedores estão comprometidos com as causas ambientais pergunte se estão em dia com suas obrigatoriedades legais, se possuem selos ou certificações, busque sempre conhecer seus fornecedores e quais são seus princípios e valores.

Faça escolhas conscientes e valorize o uso de materiais reciclados ou produtos certificados.

3. Realizar a gestão de emissão de gases de efeito estufa

Fazer a gestão de gases de efeito estufa (GEE) muitas vezes vai além de saber o quanto você emite e neutralizar as emissões desses gases com ações de compensação. É também, conhecer o negócio e entender onde melhorar seus processos para diminuir suas emissões.

Algumas ações como substituição de fontes de energias não-renováveis por renováveis ou da otimização de processos e manipulação de produtos que geram muitas emissões, podem ser muito efetivas e em alguns casos gerar trazer até mesmo retornos financeiros. Além, é claro, de contribuir diretamente para a mitigação do efeito desses gases sobre as mudanças climáticas.

O inventário de emissão de gases de efeito estufa é a principal ferramenta de diagnóstico de uma empresa, possibilitando entender as fontes de emissão para posteriormente colocar em prática os planos de ação aplicáveis.

4. Implementar hábitos paperless

Diminuir a quantidade de impressões pode ir muito além da economia de recursos, como papel, tinta e energia, gera maior praticidade e agilidade nos processos também.

Atualmente existem inúmeras tecnologias que podem facilitar os procedimentos do seu negócio, tais como armazenamentos em nuvens e assinaturas eletrônicas, que permitem que muitos documentos que antes precisariam ser impressos agora possam ser acessados apenas de forma digital.

Por isso, só imprima aquilo que for realmente necessário!

5. Reaproveitar, reutilizar, reduzir e reciclar

Além de diminuir o consumo de recursos, reaproveitar, reutilizar e reduzir insumos e recursos deve ser uma prática constante na rotina de um empreendimento que busca a responsabilidade ambiental.

Ademais, os geradores de resíduos sólidos devem elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), conforme determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) elaborada através da Lei 12.305/2010.

O PGRS é um documento técnico que identifica a quantidade de geração de cada tipo de resíduo e indica as formas corretas para manejo, acondicionamento, transporte, tratamento, reciclagem, destinação e disposição final desses resíduos.

Outro instrumento trazido pela PNRS é a logística reversa, aplicado para o desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu clico ou em outros ciclos produtivos, ou para a destinação adequada.

6. Buscar matérias-primas de fornecedores responsáveis

A produção de bens envolve a exploração de recursos naturais, por isso, conhecer seus fornecedores e saber de onde os recursos e matérias-primas utilizadas em seu negócio vem é uma essencial para entender o impacto que seu empreendimento causa.

Uma forma muito eficiente de saber sobre a responsabilidade ambiental de seus fornecedores é saber sobre a adesão e obtenção de certificações. A certificação FSC, por exemplo, é bastante conhecida, a sigla do inglês Foresty Stewardshio Council significa Conselho de Manejo Florestal e busca contribuir para identificar empresas que fazem uso adequado dos recursos naturais.

Optar por fornecedores responsáveis social e ambientalmente é uma forma muito efetiva de contribuir para um ambiente mais equilibrado e justo.

7. Incentivar colaboradores a optarem por transporte mais sustentável

“O exemplo deve vir de cima”. Essa frase pode parecer um chavão, mas nesse contexto é muito bem aplicada. Quando a alta gerência opta por hábitos mais sustentáveis, isso incentiva a todos os colaboradores repensarem suas atitudes.

Preferir os transportes coletivos ou dividir o transporte com colegas que moram próximo, pode ser uma ótima opção para gerar menos impacto, além de economia.

8. Reportar informações de forma transparente

Uma empresa que busca trabalhar de forma sustentável deve estar sempre atenta ao impacto social causado por suas atividades, por isso é primordial que exista transparência na relação com todos os stakeholders.

Ao reportar os dados e resultados de forma transparente a empresa transmite maior confiança e com isso maiores são as chances de conquistar clientes fidelizados.

Uma ferramenta cada vez mais utilizada pelas empresas para reportar informações referente às atividades de forma transparente são os Relatórios de Sustentabilidade, utilizada para apresentar seus indicadores sociais, econômicos e ambientais com transparência. A principal metodologia criada para esse reporte é o GRI (Confira nosso post “Relatórios de Sustentabilidade e a Norma GRI).

 

9. Treinar lideranças e colaboradores

Os colaboradores são a imagem de um empreendimento, são eles quem representam o negócio diante do público. Por isso, é muito importante que todos estejam alinhados com os valores e princípios da empresa e que as lideranças saibam repassar isso para suas equipes.

Os gestores precisam estar convencidos sobre a efetividade e os retornos trazidos pelas ações sustentáveis realizadas pela instituição de que fazem parte.

10. Optar por parceiros com os mesmos princípios

Se os colaboradores refletem aquilo que seu negócio é, com os parceiros não é diferente. Por isso, na hora de escolher seus parceiros, tenha sempre em mente que eles devem estar alinhados com os valores e princípios de sua empresa.

Com essas dicas, sua empresa conseguirá ter uma imagem muito mais positiva diante de seus clientes e do mercado! Assim, irá agregar muito mais valor aos seus produtos e uma maior competitividade!

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RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE E AS NORMAS GRI

Transparência corporativa

RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE E AS NORMAS GRI

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Você sabe qual é a importância dos relatórios de sustentabilidade? E o que é esse tal de GRI? Neste post vamos explicar direitinho por que se ouve falar tanto sobre isso.

Como surgiram os relatórios de sustentabilidade?

Historicamente existem três tipos diferentes de relatórios de sustentabilidade (Campo, 2013):

  • Relatórios Sociais: originados na década de 1970, a partir das demandas por balanços sociais nas atividades das organizações;
  • Relatórios Ambientais: com origem no fim dos anos de 1980 e voltados às questões ambientais, podendo incluir ainda aspectos relativos à saúde e à segurança;
  • Relatórios Anuais: que tendem, desde a metade da década de 1990, a incluir informações quanto aos aspectos éticos, sociais e ambientais das atividades da organização.

Foi na Conferência Eco 92 que alguns princípios sobre desenvolvimento sustentável foram apontados, inclusive a criação de ferramentas para que as empresas conseguissem incorporar a perspectiva ambiental em sua gestão, o que incentivou uma discussão de como incluir a sustentabilidade nos negócios.

No contexto internacional, na cidade de Boston alguns ativistas ambientais, que atuavam na área de finanças, começaram a buscar caminhos para incorporar a questão da sustentabilidade em seus investimentos. Eles queriam conseguir analisar, além dos resultados econômicos, também as questões ambientais e sociais (devido principalmente a acidentes que ocorreram com empresas petrolíferas). Assim, tendo como base os relatórios financeiros, surgiu a ideia de incluir neste mesmo relatório as outras dimensões (ambiental e social) para que a empresa pudesse, então, incorporar na sua gestão as questões de sustentabilidade. Foi neste caminho que algumas grandes corporações, principalmente as de maior impacto, começaram a desenvolver metodologias próprias de relatórios.

A Rio+20 incorporou o princípio de que a transparência corporativa é o pilar do desenvolvimento sustentável e ressaltou a importância dos relatórios de sustentabilidade.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Para garantir que as informações inseridas nos relatórios sejam seguras e que sigam determinados critérios, foram criadas algumas metodologias. A principal delas foi desenvolvida pela Global Reporting Initiative (GRI), a qual surgiu em 1997, e é composta de indicadores e diretrizes que norteiam a elaboração dos relatórios e garantem transparência ao seu resultado final. Assim, o formato e o conteúdo dos Relatórios de Sustentabilidade evoluíram de acordo com as tendências de mercado e foram adaptados, por muitas empresas, ao padrão estabelecido pela Global Reporting Initiative (GRI).

Então, o que são relatórios de sustentabilidade?

Relatório de Sustentabilidade é uma ferramenta utilizada pelas empresas para apresentar seus indicadores sociais, econômicos e ambientais com transparência. Relatar sobre a sustentabilidade é a prática de tornar pública as informações sobre os impactos econômicos, ambientais e sociais, e, portanto, suas contribuições positivas e negativas para o desenvolvimento sustentável.

O GRI é uma metodologia criada para aprimorar o Relatório, incentivar melhores práticas e estabelecer um padrão de divulgação das informações. Um Relatório de Sustentabilidade no padrão GRI permite que a organização defina suas expectativas de desenvolvimento sustentável internas e externas, envolvendo todos os seus stakeholders.

A partir da análise e do alinhamento dos indicadores que a empresa definir como mais relevantes para o seu desenvolvimento, então inicia-se o planejamento dos projetos e programas a curto, médio e longo prazo, com mais foco e eficiência do que provavelmente seria possível sem o padrão GRI. Todo esse processo de implementação de ações deve ser mantido em constante monitoramento para que se possam aferir os resultados.

Essa prática está se tornando extremamente importante para empresas se manterem transparentes a seus stakeholders, mostrarem seu diferencial perante concorrentes e sobreviverem no mercado, e é por isso que é utilizada pelas maiores empresas do mundo.

Qual a relevância dos relatórios de sustentabilidade e que efeito eles têm sobre a sociedade?

Um número crescente de empresas tem percebido os benefícios da adesão a este tipo de relatório, que promove maior transparência e integridade sobre o desempenho de sustentabilidade das organizações, tornando-se uma importante ferramenta para aproximar as empresas a seus stakeholders e ao meio ambiente.

A adesão a estes relatórios é voluntária e tem por objetivos:

  • Apoiar e facilitar a gestão das questões de sustentabilidade das empresas de maneira sistemática;
  • Divulgar os riscos e oportunidades; e construir uma reputação corporativa mais transparente.

Estas informações também podem servir às demandas crescentes da sociedade e, principalmente, como resposta às cobranças dos stakeholders para que as empresas explicitem suas ações de responsabilidade socioambientais e atuações no ambiente em que estão inseridas.

As normas GRI

O modelo GRI têm tido cada vez mais importância para a elaboração de relatórios, ao estabelecer princípios essenciais sobre o desempenho econômico, ambiental e social de uma organização. Sua estrutura está centrada em dois pontos: comparabilidade, que objetiva apresentar um conteúdo paralelo aos relatórios financeiros; e flexibilidade, ao considerar e acomodar as diferenças legítimas entre organizações e setores econômicos.

Diferentes versões das normas GRI foram criadas e melhoradas ao longo do tempo. A versão G1 foi publicada em 2000, a versão G2 em 2002, a G3 em 2006, a G3.1 em 2011, a geração G4 em 2013 e, a última e final versão das normas conhecida como “GRI Standards” foi publicada em 2016.

História do GRI - Global Standard Iniciative.

A atual e final versão do GRI é composta por três normas universais (universal standards), além de outras normas complementares direcionadas aos tópicos específicos.

Estrutura do método GRI.

A GRI 101 – Fundamentos, inclui os dez princípios de relato, os quais são os requisitos básicos para utilizar as Normas GRI nos relatórios de sustentabilidade, além de informações sobre como usar e se referenciar nas Normas. Consiste em conteúdos organizados em três seções:

  • Apresentação dos dez princípios para relato;
  • Explicação do processo básico de como se preparar um relatório de sustentabilidade utilizando-se as Normas GRI;
  • Definição das formas específicas que as Normas GRI podem ser usadas e referenciadas.

A GRI 102 – Conteúdo Geral, cobre as informações de contextualização sobre a organização e suas práticas de relato de sustentabilidade. Consiste em conteúdos organizados em seis seções:

  • Perfil Organizacional;
  • Estratégia;
  • Ética e Integridade;
  • Governança;
  • Engajamento de Stakeholders;
  • Práticas de Relato.

A GRI 103 – Abordagem de Gestão, inclui a abordagem de gestão da organização para cada tópico material. Consiste em conteúdos organizados em três seções:

  • Explicação do tópico material e seus limites;
  • Abordagem de gestão e seus componentes;
  • Avaliação da abordagem de gestão.

Além disso, existem vários tópicos específicos das Normas, organizados em três séries:

  • Tópicos Econômicos (Série 200), os quais incluem as Normas relacionadas ao eixo econômico como, por exemplo, a performance econômica e anticorrupção.
  • Tópicos Ambientais (Série 300), os quais incluem as Normas relacionadas ao eixo ambiental como, por exemplo, energia, água e emissões.
  • Tópicos Sociais (Série 400), os quais incluem as Normas relacionadas ao eixo social como, por exemplo, diversidade, trabalho infantil, trabalho forçado e políticas públicas.

 

As normas GRI possuem uma estrutura modular, podem ser utilizadas em conjunto ou individualmente, possuem conteúdo organizado em requerimentos, recomendações e orientações, inclui um conjunto de “princípios para relato” para orientar a qualidade do conteúdo, e exige que as organizações identifiquem e relatem tópicos relevantes.

 

A Soluta possui uma equipe com certificação nas Normas GRI, qualificada em sustentabilidade e realiza diversos serviços relacionados ao tema, como relatórios de sustentabilidade, auditorias, inventário de emissões e outros. Para mais informações, entre em contato!

Continue curioso! Confira alguns materiais extras!

Referências utilizadas neste texto:

Global Reporting Iniciative (GRI)

Campos, 2013. Relatório de sustentabilidade: perfil das organizações brasileiras e estrangeiras segundo o padrão da Global Reporting Initiative.

BSD Consulting

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